domingo, 3 de abril de 2011

Escolarização Hospitalar (hospital classes)

Educação da Criança Hospitalizada.

A educação para crianças e adolescentes hospitalizados não é um fato recente no Brasil. Estima-se que as classes hospitalares existam em nosso país desde a década de 1950. Porém, é possível constatar na literatura da área origens e períodos diversos de implantação desta modalidade de ensino no país. Todavia, apesar das controvérsias existentes, observam-se muitas práticas educativas que vêem sendo realizadas há anos e são pouco conhecidas pela sociedade e pelo próprio Estado.
Durante décadas, as crianças e adolescentes hospitalizados foram silenciados em relação ao direito à educação e eram tratados como se não fossem sujeitos de direitos e necessidades. Nos hospitais públicos brasileiros é possível encontrar o retrato das desigualdades sociais e da condição de miséria que atingem milhares de pessoas desprivilegiadas social e economicamente. A falta de saneamento básico, a fome, a desnutrição, as doenças respiratórias e infecto-contagiosas, as patologias da infância, os maus tratos, acidentes domésticos e acidentes originários da violência urbana demonstram que as crianças e adolescentes, embora protegidos pelas leis, encontram-se precariamente assistidos pelas mesmas.
Esta coletânea reúne educadores de diferentes regiões do país que há alguns anos estão trabalhando na garantia e defesa dos direitos básicos para estas crianças e adolescentes. Estes profissionais estão buscando inserir nos hospitais o universo da cultura escolar. Desta maneira, ao lado de injeções, seringas, soros e sofrimentos, estes professores levam lápis, cadernos, tintas, diversão, alegria, cultura, lazer, arte e educação para modificar e colorir os ambientes hospitalares. Também realizam esforços para que estas práticas educativas sejam tratadas como políticas de Estado e não fiquem a mercê de interesses e das políticas dos governos locais.

PEDAGOGIA HOSPITALAR..

Procuro divulgar o trabalho da Pedagogia Hospitalar como um atendimento escolar-hospitalar, onde as crianças que estão afastadas temporariamente da escola poderão dar continuidade a seus estudos no hospital ou em casa, e retornar a escola sem a perda das atividades e estudos decorrente deste período. 
Tenho como objetivo conscientizar, discutir e ampliar as idéias com os profissionais que trabalham na área hospitalar, na saúde e na educação, sobre a importância da pedagogia hospitalar, da nova função do profissional do Pedagogo, especialista em educação, habilitado para desenvolver um trabalho mediador e intercessor no auxilio de atividades ludo pedagógica às crianças e jovens em tratamento. 


Busco implantar nos hospitais atendimentos como: 
- Acompanhamento Pedagógico Domiciliar; 
- Acompanhamento Pedagógico Hospitalar. 
Procurando atender com eficiência e qualidade os serviços de atendimento educacional domiciliar para crianças e jovens que estão afastados da escola regular.

Minha principal finalidade é garantir uma melhor qualidade de vida e de proporcionar ao aluno e aluno/paciente, um aprendizado qualitativo, posso dizer que será um atendimento personalizado e individual, desenvolvido e planejado de acordo com as necessidades da criança, com conteúdos atividades adaptadas e realizadas de acordo com as condições do aluno-paciente.

Modalidade de atendimento escolar em domicilio, auxiliando as crianças e jovens a darem continuidade às atividades educacionais, mesmo estando afastados da escola regular.

Trata-se de uma Pedagogia do presente, centrando-se no emergencial e transitório do educando hospitalizado e fazendo com que interajam enfermos, equipe hospitalar, família e escola. É uma nova realidade interdisciplinar, multidisciplinar e transdisciplinar, pois envolve saberes em prol da vida. 

ATENDIMENTO PEDAGÓGICO DOMICILIAR

Atendimento Domiciliar:

É uma modalidade de atendimento escolar na qual uma série de procedimentos pedagógicos possa ser realizada dentro da casa do paciente que não necessite de hospitalização, mas que esteja afastado da escolar regular por alguma intervenção médica.

A quem se destina:Crianças e jovens em fase escolar.
Este atendimento será dado a todo aluno que se encontre afastado da escola regular, por tratamento de doenças consideradas como doenças de infância, tais comoCaxumba, Sarampo, Catapora, Rubéola, Coqueluche, Poliomielite, Meningite entre outras, ou que sofreram algum tipo de acidente e estejam impossibilitadosde se locomover.

Como funciona:
O atendimento poderá ser realizado através de contato telefonico, para agendamento e visita.
Será um serviço de atendimento pedagógico domiciliar para crianças e adolescentes que por ventura venham a sofre qualquer tipo de interferência nos estudos ou na aprendizagem escolar e tenha que se afastar da escola regular por um período de sete dias no mínimo.

PROCEDIMENTOS

A família que necessitar do serviço de atendimento, entrará em contato conosco, e agendará uma visita para fornecer as informações sobre a criança e o laudo médico, e informações escolares.

Um Pedagogo Hospitalar será encaminhado a residênci onde fará os agendamento, atividades e relatórios informativos e realizará o contato telefônico e posteriormente a visita a escola, para comunicação dos procedimentos escolares e informações referentes aos conteúdos que estão sendo trabalhados e as atividades a serem desenvolvidas.

Após alta hospitalar, é enviado relatório descritivo das atividades realizadas, bem como do seu desempenho, posturas adotadas, dificuldades apresentadas.

Obrigação está na lei

  Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional deu início à formalização do funcionamento das classes hospitalares, determinando aos governos "garantir atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular". Em 2001, o Conselho Nacional de Educação, no artigo 13º da Resolução nº 2, tratou da obrigatoriedade do sistema e utilizou, pela primeira vez, a nomenclaura "classe hospitalar". Desde então, ficou definido que "os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio". Com base nas regras anteriores, a Secretaria de Educação Especial do MEC elaborou em 2002 os termos reguladores que detalham o trabalho dentro das unidades de Saúde. Cabe aos estados e municípios adaptar essa legislação nacional e traçar orientações específicas para cada rede de ensino.

Pedagogia Hospitalar: Atuação do novo pedagogo

Este artigo aborda o papel do pedagogo em instituições não escolares – no caso, hospitais - a partir de uma breve contextualização e de seu papel nos dias atuais. É uma apresentação objetiva e simples que teve como base pesquisas na internet sobre pedagogia hospitalar. Apesar da grande quantidade de fontes para a pesquisa o foco foi dado aos artigos de Wolf e Esteves. Para isso, abordamos o surgimento da Classe Hospitalar e a atuação dos pedagogos neste ambiente nos dias de hoje.
Esse estudo nos serviu para compreender como a pedagogia pode ser eficaz em diferentes ambientes, pois existem diversos lugares que necessitam de auxílio não só médico, mas de auxílio educativo.
Segundo ESTEVES, com a Segunda – Guerra Mundial há o aparecimento de crianças e adolescentes mutiladas e atingidas pela guerra de alguma forma. Por essa razão, em 1935, Henri Sellier cria a Classe Hospitalar com o objetivo de amenizar as dificuldades destes indivíduos em relação à educação.
Em 1939, o cargo de Professor Hospitalar surge com o Ministério da Educação na França. O seu objetivo é mostrar que o espaço educativo não se restringe somente ao ambiente escolar, mas a educação pode chegar à lugares antes não viáveis.
Até hoje muitos profissionais defendem a criação de Classes Hospitalares, especialmente os médicos, pois sabem que o seu envolvimento com o paciente, através de intervenções e outros tipos de atividades, irá contribuir para a sua melhora (em relação à doença) e o seu contínuo desenvolvimento educativo.
A escola, enquanto espaço de socialização de indivíduos, repentinamente deixa de existir para crianças e adolescentes que possuem alguma deficiência ou são acometidos por alguma doença grave e são obrigados a passar grandes temporadas de internamento em hospitais, passando a conviver com o isolamento, privado de amigos e às vezes até mesmo esquecido por seus parentes. Por esse motivo se vê privado de sua escolaridade, necessitando de um atendimento educacional que lhe permita manter-se aprendendo, sem ruptura com o processo de educação.
Para WOLF, o serviço hospitalar, tradicionalmente, foi o espaço de atuação exclusiva dos profissionais da área da saúde. No entanto, a partir de meados do século XX, o pedagogo pôde atuar em diversas áreas, de forma terapêutica e educacional, passando a estabelecer vínculos que se estabelecem na relação ensinar e aprender, proporcionando uma melhoria de ensino para crianças que necessitam de atendimento especial em ambientes não convencionais, como a escola.
A diversidade já se inicia na Universidade, na formação, quando os diferentes tipos de ciências encontram-se nos mais variados ambientes. Essa prática transdisciplinar traz para o paciente tudo que há de mais avançado e a melhor maneira de ter o indivíduo como sujeito inteiro, não só uma parte dele.
Com o intuito de haver uma melhor qualidade de vida para os pacientes em período escolar, a Pedagogia Hospitalar utiliza a visão humanística, olhando o ser como todo, com sua singularidade e sua subjetividade, e não apenas um sintoma ou uma doença aparente. Por isso, faz-se necessário a melhor capacitação profissional, além de uma melhor estrutura para realizá-la.
Sentimentos como medo e ansiedade são típicos em jovens e crianças em processo hospitalar, mas a pedagogia hospitalar com profissionais qualificados atenderá os pacientes de forma a desenvolver as condições necessárias e adequadas para cada jovem e para cada criança.
Wolf diz que os pedagogos hospitalares têm como funções: atuar nas unidades de internação, na ala de recreação e no ambulatório, buscando atender de forma humanística o paciente e a sua família – que também recebe o auxílio dos profissionais que ali atuam.
As principais atuações do pedagogo são atividades lúdicas - que agem como forma de estratégias para a motivação e recuperação do paciente no hospital – com jogos, dramatizações, pinturas e desenhos.
O pedagogo atualmente é um novo profissional, pois deve ser preparado não só para o ambiente escolar, mas para diversos outros, como por exemplo, o ambiente hospitalar. Para isso, é necessário – também - um mínimo de sensibilidade, pois não haverá apenas um sintoma, uma patologia, uma doença, mas haverá um ser humano em desenvolvimento emocional, afetivo e cognitivo, que precisa de uma orientação escolar no período em que se encontra enfermo ou que se recupera de algum tipo de doença.
A Pedagogia Hospitalar abrange não só o momento em que o indivíduo requer cuidados médicos, mas requer também cuidados afetivos, além das atividades escolares que são imprescindíveis e necessárias a qualquer jovem e criança.
Podemos perceber, também, que o pedagogo é um novo profissional em busca da integração escolar seja qual for o ambiente. Favorecendo ao bem – estar social e a melhor qualidade de vida dos pacientes que em algum momento necessitam de auxílio de profissionais das mais diversas áreas.